Microsoft alerta: Configurações padrão do Helm podem expor aplicações Kubernetes a riscos de segurança

A Microsoft emitiu um importante alerta para desenvolvedores e administradores de sistemas que utilizam Kubernetes: o uso de templates prontos, como os charts Helm padrão, pode colocar aplicações em risco. Apesar de sua praticidade, essas configurações simplificadas muitas vezes negligenciam aspectos cruciais de segurança, abrindo brechas para vazamento de dados e invasões.

Segundo os pesquisadores Michael Katchinskiy e Yossi Weizman, do time do Microsoft Defender for Cloud, essa facilidade “plug-and-play” acaba comprometendo a segurança por padrão. Isso ocorre porque muitos pacotes de aplicações vêm com configurações pré-definidas que não aplicam autenticação adequada nem restrições de rede. O resultado? Um grande número de implementações acaba exposto a acessos não autorizados — muitas vezes sem que os responsáveis percebam.

O que é o Helm?

O Helm é um gerenciador de pacotes criado para facilitar o deployment de aplicações em ambientes Kubernetes. Ele faz parte do ecossistema da CNCF (Cloud Native Computing Foundation) e permite empacotar, configurar e implantar aplicações por meio de arquivos YAML organizados em “charts”. No entanto, esses charts frequentemente vêm com valores padrão que priorizam a simplicidade em vez da segurança.

Principais riscos apontados

A análise da Microsoft mostrou que diversas aplicações de código aberto usam charts Helm padrão que podem gerar graves falhas de segurança, como:

  • Apache Pinot: expõe os componentes pinot-controller e pinot-broker à internet, sem exigir autenticação, via serviços LoadBalancer.
  • Meshery: permite que qualquer usuário com acesso ao IP da interface se registre, acesse a aplicação e até implante novos pods, o que abre caminho para execução remota de código.
  • Selenium Grid: utiliza o tipo de serviço NodePort, expondo portas em todos os nós do cluster. Sem regras de firewall robustas, a aplicação fica totalmente vulnerável.

Como se proteger?

A recomendação da Microsoft é clara: não confie cegamente nas configurações padrão. Antes de implantar qualquer aplicação usando charts Helm, revise cuidadosamente os arquivos YAML, personalize os parâmetros de segurança e siga as boas práticas recomendadas para Kubernetes.

Além disso, é essencial:

  • Realizar varreduras regulares nas interfaces públicas da aplicação;
  • Monitorar continuamente os contêineres em execução, buscando por atividades suspeitas;
  • Desabilitar ou restringir o acesso externo a serviços que não precisam estar expostos;
  • Aplicar autenticação e controle de acesso rigorosos desde o início da configuração.

Segundo os especialistas, muitos dos ataques recentes em ambientes em contêineres se originaram exatamente dessas falhas de configuração, geralmente em aplicações que usam os valores padrão dos charts.

Conclusão

Embora os charts Helm padrão ofereçam agilidade e praticidade no deployment de aplicações em Kubernetes, é fundamental tratá-los como ponto de partida — e não como solução final. A segurança de sua infraestrutura depende de uma postura proativa, com atenção aos detalhes e à personalização adequada de cada recurso exposto.

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