Pelo segundo dia consecutivo, aeroportos na Europa, incluindo o movimentado Heathrow, em Londres, lidam com atrasos e confusão generalizada após um ataque cibernético em larga escala que afetou sistemas essenciais de check-in e bagagens.
Como o ataque afetou os aeroportos
O incidente teve início no sábado e obrigou diversos terminais a recorrerem a procedimentos manuais. Funcionários precisaram usar caneta e papel para registrar passageiros, o que gerou longas filas e atrasos em centenas de voos.
No Aeroporto de Bruxelas, a situação foi tão crítica que as companhias aéreas receberam a orientação de cancelar metade das decolagens programadas.
O ataque teve como alvo o sistema Muse, da Collins Aerospace (controlada pela RTX). Esse software é considerado vital, pois permite que diferentes companhias aéreas compartilhem balcões de check-in e portões de embarque. Até o momento, a empresa não informou detalhes sobre a origem ou a duração prevista da falha.
Impacto nos passageiros
Apesar de Heathrow afirmar que a maioria dos voos continuou operando, os números contam outra história:
- 47% dos voos de partida no sábado tiveram atrasos, segundo a FlightAware.
- No domingo, os atrasos diminuíram, mas as filas e a incerteza continuaram afetando milhares de passageiros.
Casos como o de Naomi Rowan, que planejava se mudar para a Costa Rica com seu cachorro, ilustram o drama vivido pelos viajantes. Com a falha no sistema, o animal não pôde embarcar, forçando-a a remarcar o voo e a se hospedar em um hotel até a próxima semana.
Reação das companhias e autoridades
Companhias como a Virgin Atlantic confirmaram os problemas, enquanto a British Airways precisou acionar sistemas de backup para manter suas operações.
Já no campo da segurança, órgãos como o Centro Nacional de Segurança Cibernética do Reino Unido e a Comissão Europeia estão atuando junto à Collins Aerospace e aos aeroportos para avaliar a gravidade da situação.
A Ministra dos Transportes do Reino Unido, Heidi Alexander, acompanha o caso de perto, reforçando que o incidente evidencia a fragilidade da indústria da aviação frente a ataques digitais. O episódio relembra falhas semelhantes registradas em julho deste ano, que já haviam levantado alertas sobre riscos cibernéticos no setor.


